segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Pastoreando em tempos de crise


Pastoreando em tempos de crise




Não é fácil pastorear em tempos de crise. Mas, qual pastor conseguiu o feito de pastorear em tempos sem crise? O pastoreio de Jesus, por exemplo, foi realizado em meio às mais diversas crises. Fizeram de tudo para destruí-lo, até que conseguiram matá-lo (sem, contudo, vencê-lo).

Moisés, por sua vez, exerceu sua liderança em meio à murmuração irritante de um povo que não se contentava com nada, e ainda se encantava com o que não vinha de Deus. E Daniel? Sua proeza ministerial mais fácil foi enfrentar os leões famintos em sua própria cova. A proeza difícil, essa sim, foi sobreviver aos invejosos que fizeram de tudo para que ele fosse não apenas afastado de seu cargo, mas morto publicamente. Isso é que é pastorear em tempo de crise.

Quer crise maior que a do pastor Oséias, que descobre que sua própria esposa estava fazendo programas sexuais com todo tipo de homens na cidade, enquanto ele se ocupava com a liderança de seu rebanho? Como pastorear em meio a esse tipo de crise?

Por onde passo encontro pastores em crise, boa parte deles querendo deixar suas igrejas. E muitos já o fizeram, pois não suportaram a pressão. Este ano um pastor conhecido meu se matou em meio a uma profunda crise de depressão. Terminou sua vida muito diferente daquele mesmo homem que encontrei há alguns anos, em um Congresso Internacional na África, numa reunião de evangelistas mundiais. Tirou a vida, tentando encerrar a dor da alma. Meu Deus! Que crise!

Eu, pessoalmente, entendo que a crise maior pela qual passa um pastor atualmente é a crise vocacional. Já houve tempos em que a vocação era uma certeza incontestável. Todos sabiam quem de fato era pastor. Entretanto, essa certeza hoje não mais existe. Há uma multidão se dizendo pastores, ainda que a maioria não o seja. Esbarrando nos verdadeiros pastores (sempre a minoria: veja a História), há pastores para todos os gostos: pastores jovens e inconvenientemente abusados (para parecerem moderninhos); pastores velhos e irrelevantes, sempre defendendo o passado; pastores tradicionais e anacrônicos, defensores ferrenhos do ritualismo pelo ritualismo; pastores liberais e permissivos, que transformam suas igrejas em becos escuros do mundo; pastores eletrônicos que pregam a si mesmos, utilizando-se de uma mensagem aparentemente evangélica; pastores mercantilistas, que negociam o rebanho como quem compra e vende ações na Bolsa. Há até pastores sem igreja: o cúmulo do pastoreio.

As conseqüências éticas de tudo isso surgiram nas últimas décadas. Os escândalos proliferaram na mesma proporção que brotavam do chão (e não do céu) os pastores de si mesmos. Não são poucas as agências financeiras que negam emprestar dinheiro a pastores, pois o rombo do calote tem sido grande. Ser um fiel pastor nesse meio é viver uma intensa crise: a crise de Jeremias no meio dos falsos pastores (Jr. 23:1-2), a crise de Paulo em meio ao perigo dos “falsos irmãos” (2 Co. 11:26), a crise de Moisés, ao descer do Sinai e encontrar os adoradores do Senhor envolvidos em orgias, idolatria e bebedeira (Ex. 32:6).

E o que dizer da crise dos filhos pastorais fora da igreja? A crise da esposa de pastor amargurada com o rebanho? A crise do não reconhecimento da fidelidade pessoal, enquanto o ímpio, que se autoproclama “pastor”, é alçado à categoria de homem honrado do ano?

Como pastorear em tempos de tanta crise? Primeiramente, é preciso ter consciência da vocação. Foi Deus quem o chamou e Ele é quem o sustentará diante das perseguições, calúnias, desprezos. Mire-se no exemplo dos profetas e dos apóstolos. Todos esperavam nada dos homens e aguardavam com bela expectativa “o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fil. 3:14).

Em segundo lugar, mantenha-se saudável. Concentre-se não apenas em sua saúde espiritual, mas também na saúde física, mental e emocional. Um bom pastor em tempos de crise precisa ser equilibrado emocionalmente para tomar decisões corretas. Precisa ser saudável fisicamente para conseguir realizar todas as tarefas (que não são poucas), precisa ainda ser ajustado mentalmente para transmitir com equidade a Palavra de Deus.

Para pastorear em tempos de crise é preciso ainda ter amigos. Observe os amigos que Deus lhe tem dado. Dentre eles deve haver uns dois ou três grandes amigos, com os quais você pode compartilhar a sua própria vida. Estes são os seus amigos de oração, que vão ouvi-lo atentamente, tomando um bom café num fim de tarde, e ainda serão capazes de gargalhar da vida.

É preciso fazer assim para sobreviver às crises. Sobrevive a elas, o pastor que não perde de vista a autenticidade de sua vocação, nem o cuidado com sua saúde, tampouco a bênção de compartilhar a vida com os verdadeiros amigos, e por eles ser socorrido.


Que seja assim. Amém!

2 comentários:

  1. Ola irmãos!

    Pastor!

    Graça e Paz!

    Vim conhecer seu espaço digital. Bom posts! A internet é um espaço precioso onde podemos falar de Jesus e discutir diferentes pontos de vista!

    Aproveitando, faço uma apresentação do meu blog:

    Genizah é um blog cristão diferente. Hilário e divertido, mas que não dispensa a seriedade na defesa do Evangelho. Uma mistura bem balanceada de humor, denuncia e artigos devocionais. No Genizah, você fica sabendo da última novidade do absurdário "gospel", mas também não falta material para inspiração e ótimas mensagens dos melhores pregadores. Genizah é um blog não denominacional apologético, com um time é formado por escritores, pastores, humoristas e chargistas cristãos.

    Aguardo sua visita. Vamos nos seguir!

    Abraços em Cristo e Paz!

    Danilo Fernandes

    http://www.genizahvirtual.com/

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  2. é precisamos ficar atentos a esses falsos pastores, é muito triste saber que a muitos por ai,li um livro "A Ordem é Amém", que relata a história de um falso pastor que tem sua vida transformada por Deus, é um livro muito surpreendente e emocionante, leiam vcs vão gostar eu o encontrei no site:www.seteseveneditora.com.br

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